gustavo
10 April 2025 @ 01:31 pm

E, mais uma vez, repetindo o ciclo dos últimos anos, chega ao fim mais um dos meus relacionamentos — sempre no período de março/abril.

A conversa com o Théo não poderia ter sido mais fácil. Deixei que ele falasse primeiro, e, no fim, ele basicamente disse tudo o que eu precisava dizer. Reconheceu que a forma como ele agia não era a melhor para mim, mas também admitiu que não conseguiria mudar. E, além disso, disse que, para ele, o sentimento inicial havia evoluído mais para um lado de amizade. Acho que essa foi a mais pura verdade. Honesto, direto e sincero.

Ele também repetiu o que o Dmitri disse no ano passado: que eu sou uma pessoa especial, que ele se sentia bem ao meu lado, que fui incrível na história dele... São palavras que ainda tenho dificuldade de associar a mim, mas, ao mesmo tempo, o término foi amistoso. Então, talvez haja um pouco de verdade nelas.

Mas, sendo rancoroso e egocêntrico como sou, é inevitável que eu tente invalidar tudo isso. Não posso evitar a sensação de que ele disse essas coisas agora, justamente quando acabou de se mudar para uma nova casa, onde vai morar sozinho, poderá receber quem quiser, viver novas experiências — experiências que não serão ao meu lado. Como se eu tivesse sido apenas uma mini escada para ele.

Mas, eu sei que não estaria feliz se tivéssemos continuado assim. Mesmo com os pequenos benefícios de estar com ele, de ocupar um cantinho na vida dele, não haveria paz em saber que ele jamais poderia me responder quando eu precisasse. Que ele não estaria presente nos momentos importantes. Que nos finais de semana ele sempre buscaria uma desculpa para não fazer nada comigo. E eu não mereço isso. Não é isso que eu quero.

Preciso me lembrar: eu quero ser desejado. Eu quero ser amado. Eu quero alguém que faça tempo para mim, que mova montanhas. Porque existe uma intensidade que eu nunca vivi, e eu preciso disso.

"A gente troca o pneu com o carro a 200km/h." E eu preciso de alguém que entenda isso. Preciso do desejo ardente, do sexo bom, com gosto de quero mais. E ele não era capaz de me proporcionar isso. Assim como o Dmitri não foi. Assim como o Daan não foi... Assim como poucos foram.

Hoje estou tomado por mixed feelings. Mas não me sinto derrotado.
Me sinto sozinho, mas aliviado.
Me sinto triste, mas feliz porque tentei.

Eu sei que ainda há muito em mim para ser trabalhado. Mas vou seguir em frente.
Vou torcer por ele. Mas, acima de tudo, vou continuar tentando por mim.

 
 
mood: melancholy